Pular para o conteúdo principal

Porque tantas crianças tem APLV?

Ontem o meu marido encontrou um ex-colega de trabalho e soube que a filhinha dele foi diagnosticada com APLV... Hoje uma amiga contou que a filha teve o mesmo diagnóstico... 

Eu fiquei pensando por que tantas crianças estão desenvolvendo essa alergia? O que nós estamos fazendo de errado? Será que poderíamos ter feito alguma coisa durante a gestação ou nos primeiros meses de vida do bebê para evitar esse problema?

Resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto...

De acordo com o site Alergia à Proteína do Leite de Vaca, a ocorrência de alergia alimentar vem aumentando no mundo como um todo. Estima-se que 6% das crianças menores de três anos e 3,5% dos adultos apresentam algum tipo de alergia alimentar.

A alergia ao leite de vaca é a mais comum, depois dela são: soja, ovo, trigo, peixe, frutos do mar, amendoim e castanhas. Aproximadamente 1 em cada 20 bebês tem APLV!

Lembrando que a alergia é a reação adversa (despropositada, inesperada, anormal) do sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) às proteínas dos alimentos.

Fatores associados ao desenvolvimento da alergia alimentar 

A influência genética / familiar é o fator mais associado ao desenvolvimento da alergia. Filhos de pais alérgicos possuem 75% de chances de ter alguma alergia. Além disso, a higiene tem sido considerada uma das possíveis causas do aumento das alergias alimentares, pois os hábitos de limpeza, as vacinas e os antibióticos tornam as pessoas menos expostas a infecções, acarretando alterações no sistema imunológico e aumentando as chances de desenvolver alergias. 

Outro fator associado à alergia alimentar, principalmente à proteína do leite de vaca (APLV) é o contato precoce com o alimento. Ao nascer, o intestino e o sistema imunológico do bebê ainda estão em fase de maturação, ou seja, ainda estão “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos e a defender o organismo contra substâncias nocivas.

O alimento ideal para os bebês é o leite materno. Pequenas quantidades das proteínas que a mãe consome passam através do leite materno, e assim o bebê vai lentamente tendo contato e se “acostumando” com os alimentos que consumirá no futuro. Esse processo chama-se desenvolvimento de tolerância.

No entanto, se o bebê ingere leite de vaca precocemente, as chances de desenvolver APLV aumentam. Como o organismo do bebê ainda está “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos, pode ter dificuldade para digerir o leite de vaca, e absorver suas proteínas inteiras, antes de serem digeridas até peptídeos e aminoácidos. O sistema imunológico do bebê, que também ainda está em fase de amadurecimento, pode confundir a proteína do leite de vaca com algo nocivo e começar a reagir, desencadeando a alergia.

Então, eu me pergunto: 

  • Por que somente depois de ter um filho diagnosticado com a alergia é que temos esse tipo de informação? 
  • Por que maternidades continuam dando leite de vaca para bebês que acabaram de nascer? Eu soube que fizeram isso com o bebê de uma amiga a poucos meses e quase tive um infarte!!!
  • Por que pediatras continuam liberando "complementos" com leite de vaca para bebês antes dos 6 meses de idade, cujas mães "supostamente" não estão produzindo leite suficiente?
  • Por que quando você fala para o pediatra que está preocupada com a sua volta ao trabalho ou com a ocorrência de uma emergência que te impeça de amamentar ele não te incentiva a tirar leite materno e oferecer para o bebê num copinho ao invés de dar uma mamadeira com fórmula? Foi o que aconteceu com a Malu!
São perguntas sem respostas... 

Hoje termino esse post com um sentimento de revolta muito grande! Mil desculpas aos que me acompanham por isso... Esse não é o meu estado de espírito normal. Eu procuro encarar a alergia da Malu sempre de forma positiva e ter fé que a cura está muito perto, mas tem horas que não dá! 

Eu penso que talvez pudesse ter evitado a alergia da Malu se tivesse essa informação antes... Então, se você conhece alguém que está grávida ou teve bebê a pouco tempo, fale para ela da importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses para evitar as alergias alimentares e que as fórmulas infantis que contém leite de vaca devem ser utilizadas somente em último caso, se possível que continuem amamentando até 1 ano ou 2! 

Se essa informação puder evitar 1 caso de APLV eu já estarei feliz!





Comentários

  1. Lú a pediatra dos meus pequenos era gastro e nutróloga e quase me enlouqueceu quando não tive leite o suficiente pra Ana com complementos caríssimos que não tivessem a tal proteína do leite de vaca, na época achei ela exagerada e quase procurei outro profissional, lendo teu texto entendi a importância do preocupação dela, acho que, só, quem sofre ao ver o filho com essa limitação entende a importância da prevenção , todo mundo devia ler o teu texto! Parabéns

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Gabi. Saber que existem pediatras preocupadas como a dos seus pequenos me deixa mais animada! Se todos tivessem essa preocupação, muitas crianças poderiam deixar de desenvolver a APLV. Obrigada!

      Excluir
  2. Olá querida .. ótimo post e informações. Tb precisei dar complementos para minha filha e pensei o mesmo da amiga ai em cima .. achei o médico exagerado e tal ... obrigada por compartilhar esta informação com a gente .. bjs

    Roberta e Luma
    http://princesaluma.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Roberta. Que bom que você também teve um bom profissional para te orientar. Os leites especiais são mais caros, mas vale a pena se for para evitar uma alergia que perdura muito mais tempo. Muito obrigada pela visita!

      Excluir
  3. Meninas boa noite meu bebê tem 2 meses e segundo os médicos ele está com Aplv porém o pediatra disse q tudo q eu comece passava p ele e o prejudicaria porém tomo leite e os derivados e ele n tem nenhuma reação mais quando dou o aptamil 1 ele defeca com rajas de sangue. Estou desesperada n sei o q fazer...

    ResponderExcluir
  4. Meninas boa noite meu bebê tem 2 meses e segundo os médicos ele está com Aplv porém o pediatra disse q tudo q eu comece passava p ele e o prejudicaria porém tomo leite e os derivados e ele n tem nenhuma reação mais quando dou o aptamil 1 ele defeca com rajas de sangue. Estou desesperada n sei o q fazer...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Letícia,
      Algumas crianças não reagem à proteína do leite de vaca que passa via leite materno, mas reagem quando ingerem diretamente (era o caso da minha filha). Nesse caso, é necessário que o bebê tome fórmulas especiais. Converse com o pediatra para verificar qual a melhor para ele. Boa sorte.

      Excluir
  5. Bom dia Lu, minha bebê está com 4 meses e apresentou os primeiros sinais de APLV aos dois e meio. Ela nasceu de parto natural, não tibe nenhuma complicação gestacao e sempre só ingeriu leite materno. Ela tem muco nas fezes e "catarros" enormes de sangue vivo mesmo quando eu como uma simples fatia de pão. Então não pense q a Malu sofreu disso por conta do leite q foi dado no início da vida dela. Realmente não existe uma explicacao exata para a causa, pelo menos ainda não encontrei.

    ResponderExcluir
  6. Bom dia Lu, minha bebê está com 4 meses e apresentou os primeiros sinais de APLV aos dois e meio. Ela nasceu de parto natural, não tibe nenhuma complicação gestacao e sempre só ingeriu leite materno. Ela tem muco nas fezes e "catarros" enormes de sangue vivo mesmo quando eu como uma simples fatia de pão. Então não pense q a Malu sofreu disso por conta do leite q foi dado no início da vida dela. Realmente não existe uma explicacao exata para a causa, pelo menos ainda não encontrei.

    ResponderExcluir
  7. Boa tarde! Me sensibilizei com o seu texto. A minha filha, hoje com 03 anos, está curada. A luta foi grande, conseguimos com a Graça de Deus. Mas, não pense que foi uma fórmula isso ou aquilo que fez a sua filha desenvolver a APLV. A minha pequena foi diagnosticada com apenas 15 dias de vida. Nenhuma criança nasce com alergia, ela desenvolve com o passar do tempo e com a exposição direta e/ou indireta (amamentação). A ciência ainda não descobriu (exatamente) como a alergia é desenvolvida de fato e nem se existe uma maneira de evita-la. Então, siga em frente, não desanime. As vezes não tem como, a gente chora mesmo, sofre muito com o sofrimento de nossos filhos. Mas, a força está dentro da gente e vem de Deus. Confie que tudo dará certo. Deu para a minha, vai dar para a sua! Fé em Deus e cabeça sempre erguida, quando você menos esperar a cura vai bater na sua porta, assim como bateu na minha. Abraços... espero ter contribuído.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, a minha filha também está curada desde os 3 anos e meio.
      Realmente, a ciência ainda tem muito o que descobrir sobre a alergia, mas graças a Deus, está evoluindo, a exemplo dos tratamentos de dessensibilização. Um abraço!

      Excluir
  8. Eu estou na fase dessa revolta, Lu!
    Deram complemento para a Helô na maternidade ela com apenas dois dias de vida, lembra?
    Me revolto mais pois meu leite (na epoca ainda colostro) era suficiente, sim. O que ela tinha era uma infecção urinária (não investigada), por isso não urinava... Mas foi diagnosticada "não alimentada" e resolveram, sem meu consentimento, dar o LA.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai, Mi... Eu entendo a sua revolta. Não consigo entender também porque os profissionais de saúde insistem nestes complementos que acabam sensibilizando os bebês e depois vem a alergia. A caminhada é muito longa para que eles mudem esses procedimentos.

      Excluir

Postar um comentário

Muito obrigada pelo seu comentário!
Eu respondo por aqui. Volte para dar uma olhadinha na resposta.
Se precisar de uma reposta mais urgente, mande um e-mail lucianawinck@hotmail.com
Beijos!